sábado, 6 de março de 2010

Aécio promete liderar festa para candidatura de Serra



ImprimirEnviarCorrigirNotícias SMSFale ConoscoO governador de Minas Gerais, Aécio Neves, prometeu ao colega de São Paulo José Serra liderar, ele próprio, uma grande festa de lançamento da candidatura do paulista a presidente da República, para desfazer definitivamente a imagem de que ainda quer a vaga de candidato do PSDB.

Aécio propôs que, para isso, Serra se desincompatibilize do governo de São Paulo alguns dias antes de 2 de abril, prazo previsto pela legislação.

A promessa foi feita como forma de se desculpar pelo clima de hostilidade encontrado por Serra em Minas Gerais nos festejos do centenário de Tancredo Neves.

No dia 4, durante inauguração do novo Centro Administrativo do governo do Estado, Serra chegou a ser vaiado enquanto alguns cabos eleitorais gritavam “Aécio, presidente!”

No almoço oferecido aos políticos do resto do País logo após o evento, Aécio comentou com colegas da cúpula do PSDB que seus aliados “erraram a mão, foi uma burrice”.

O governador de Minas disse que ele chegou a reclamar com donos de jornais locais das manchetes do dia, que hostilizavam tanto Serra quanto os paulistas em geral.

“Esse clima não é bom. Torna difícil reverter uma má imagem que construíram dos paulistas. E vai ser péssimo para mim se o Serra tiver um mau desempenho em Minas. Eu sei que serei responsabilizado”, comentou Aécio com pelo menos dois interlocutores.

De fato, ele já havia sido cobrado no dia anterior, em Brasília, durante um encontro reservado com a bancada do PSDB no Senado.

O líder Arthur Virgílio Netto lhe disse que os boatos sobre a possibilidade de Serra desistir da candidatura serviam como “um tiro no pé” do PSDB.

Como todos já sabiam, a boataria surgira da bancada mineira. Os principais porta-vozes de Aécio no Congresso passaram a semana especulando abertamente sobre a desistência de Serra e sua substituição pelo governador mineiro.

Aécio respondeu aos senadores que não alimentava tais boatos e que, a esta altura, já não via mais possibilidade de ser candidato a presidente, embora se achasse “em melhores condições” do que Serra.

“Em dezembro, eu poderia trazer para minha candidatura presidencial o PTB, o PP, o PMDB e até o PDT. Hoje estes partidos estão comprometidos com a ministra Dilma. Não tem mais sentido na minha candidatura”, argumentou.

Mas ele também insistiu que não aceitará ser vice na chapa de Serra, pois terá de se dedicar “de corpo e alma” à campanha de seu preferido para a sucessão em Minas Gerais, Antônio Anastasia.

Tarefa árdua

O vice-governador Anastasia ainda está mal colocado nas pesquisas e precisará de forte empenho de Aécio se quiser ultrapassar o primeiro colocado, o ministro Helio Costa (PMDB), ou mesmo eventuais candidatos do PT, como Patrus Ananias e Fernando Pimentel.

Outro dificuldade que Aécio terá, para reverter a imagem de que trabalha contra o colega José Serra, será a eventual candidatura a presidente da República de Ciro Gomes. O deputado do PSB é reconhecido em Minas como um grande amigo e aliado de Aécio.

Ciro foi o primeiro a apostar publicamente que Serra desistiria da candidatura presidencial. Ele aproveitou a amizade com Aécio para fazer campanha em Minas Gerais durante os festejos desta semana do Centenário de Tancredo.

Ao lado do governador, na quinta-feira em São João Del Rei, Ciro Gomes distribuía autógrafos e comemorava “a grande afetividade do povo mineiro”, reafirmando o tempo inteiro que concorrerá a presidente.

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